31 outubro, 2007

A frente e o Verso de uma Poesia Pintada

Sem deixar de apelar à participação no Fórum de debates do artigo anterior, na aula de hoje a Mena quase terminou este maravilhoso trabalho .

Não fora a falta da assinatura e esta seria a última queima das cinco por que já passou este trabalho.

Numa jarra com um formato bem moderno, a Mena aproveitou para elaborar um "dois em um" com este magnífico efeito visual.

Em destaque está um rosto africano, cansado e cuja coloração dos cabelos e da barba nos deixam perceber, que já viu nascer muitos sóis. Tem um ar tranquilo e desapegado, como se esperasse ver na volta do caminho os três meninos que regressam a casa.

Parabéns Mena, foi mais um desafio superado e um degrau mais na tua escada de evolução.
A nossa galeria virtual ganhou mais uma Artista e uma obra linda!

E o que se segue....... a teu pedido (boa !), é um estudo sobre "Mãos" .


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Sin dejar de apelar a la participación en el forum de debates del artículo anterior, en la clase de hoy, Mena casi terminó este maravilloso trabajo.

No fuera la falta de la firma y esta seria la ultima quema de las cinco por que ya ha pasado este trabajo.

En una Jarra con un formato bien moderno, Mena aprovechó para elaborar un “dos en uno” con este magnifico efecto visual.


En destaque está un rostro africano, cansado y en cuya coloración de los pelos y de la barba nos damos cuenta que ha visto nacer muchos soles. Tiene un aire tranquilo y desapegado como se esperase ver en la vuelta del camino los 3 niños que regresan a casa.

Felicitaciones Mena, fue mas un desafío superado y un grado más en la tuya escalera evolutiva.
La nuestra galería virtual ha ganado más una artista y una obra preciosa.

El próximo trabajo ….. a tu pedido (muy bien!) es un estudio de las “manos” .

26 outubro, 2007

Definir "Arte Pictórica" em Debate Público

As definições existem para explicar e demarcar os limites do objecto em análise, de molde a que quando sobre ele conversamos possamos estar todos em sintonia e .... a comunicar. Vejamos um exemplo simples: quando alguém no seio de um grupo fala de uma pêra, todos a identificam sem dificuldade. Há certamente pêras com características diferentes, mas o conceito é unânime.

Se as definições dos objectos são relativamente fáceis através da forma, cor, cheiro, sabor, texturas, etc, quando procurei a definição de Arte pictórica, fiquei soterrada de quilos de papel com múltiplos conceitos, totalmente díspares e que essa dificuldade já vem da era das Calendas.

Dei-me conta que o “sentir” pessoal se rebela contra conceitos(?) que nunca conseguiram quórum, porque de cada um de nós emerge uma teoria, como na definição do “Amor”.

Quando a complexidade é muita, proceder à racionalização através de uma questão concreta ajuda a perceber o todo e, se quisermos ser realmente verdadeiros… devemos esquecer todos as definições por outros emitidas e começar o nosso processo analítico da estaca zero.

Para estarmos todos em sintonia, vamos partir do pressuposto que os objectos em análise são as 3 peças de porcelana branca que vemos na imagem ou para os pintores de óleo, 3 telas em branco.


Temos então a questão concreta e, 2 perguntas no ar para racionalizar:

P - Só o facto de se pintar algo nestas peças já é “Arte” ? Se não, … o que é preciso "estar" lá para que sejam consideradas Peças de Arte ?

Dá-se assim por aberto o Fórum de Debates para a definição de “Arte Pictórica”.

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Las definiciones existen para explicar y demarcar los limites del objeto en análisis, para que cuando acerca del conversamos posamos estar todos en sintonía y …. A comunicar. Veamos un ejemplo sencillo: cuando alguien en el medio de un grupo habla de una pera, todos la identifican sin dificultad. Seguramente que hay peras con distintas características pero el concepto es unánime.

Si las definiciones de los objetos son relativamente fáciles a través de la forma, color, olor, sabor, texturas, etc., cuando busqué la definición de Arte pictórica, quedé soterrada de kilos de papel con múltiples conceptos, totalmente contrarios y que esa dificultad ya viene de los tiempos de las Calendas griegas.

Mi de cuenta que el “sentir” personal se rebela contra conceptos (?) que jamás lograran quórum, porque de cada un de nosotros emerge una teoría, como por ejemplo en la definición del Amor.

Cuando la complejidad es mucha, proceder a la racionalización a través de una cuestión concreta ayuda a entender el todo y, si queremos ser realmente verdaderos….. debemos olvidar todas las definiciones por otros emitidas y empezar el nuestro proceso analítico de la estaca zero.

Para estarnos todos en sintonía, vamos partir del presupuesto que los objetos en análisis son las 3 piezas de porcelana blanca que vemos en la imagen o para los pintores de óleo, 3 lienzos blancos.

Tenemos entonces la cuestión concreta y 2 preguntas en el aire para racionalizar:

P - ? Solo el acto de pintar algo en estas piezas ya es “Arte” ? Si no ... ?que es necesario tener ahí para que sean consideradas piezas de arte ?

Se considera así abierto el forum de debates para definición de “Arte Pictórica”.

23 outubro, 2007

Arte em Ladrilhos

Lembram-se da demonstração sobre este tema que assistimos na PortoSigns, na Ribeira do Porto ?
Eu lembrei-me há 15 dias, quando casualmente entrei num café em Ottawa para tomar o pequeno-almoço.
Tomei-o de pé sem tirar os olhos dele, de tal maneira ele captou a minha atenção.
E o mais estranho, é que nem sequer é um género que normalmente aprecio, mas a Arte (este tema vai ter um artigo específico mais tarde e aberto a debate) é "isso", que me pôs literalmente hipnotizada a analisar as cores, a composição, o tema , a orientação dos ladrilhos e até... a assimetria da moldura.
Não me recordo se o café tinha mais quadros... eu só vi AQUELE !

22 outubro, 2007

Porcelana de Ossos


Fábrica de porcelana da Lenox na Carolina do Norte
Entre os produtos de porcelana, existe a porcelana comum, porcelana fina e porcelana de ossos. Muitas residências sofisticadas têm no mínimo um serviço de jantar para servir jantares mais requintados.
Você alguma vez já parou para pensar como a porcelana é feita? Neste artigo, iremos até a fábrica da Lenox em Kinston, na Carolina do Norte, para ver como a porcelana de ossos é feita.

O processo de produção

Os produtos de porcelana têm sido feitos e usados por um longo tempo. Por volta do fim do século XVIII, um inglês chamado Josiah Spode desenvolveu uma nova fórmula para a porcelana que incorporava o uso de cinza de ossos calcinados. A adição da cinza de ossos na porcelana é feita até hoje na fábrica da Spode, como também em várias outras fábricas de porcelana incluindo a Lenox (em inglês). A Lenox é a única fabricante de porcelana de ossos dos EUA. Considerada a melhor porcelana por muitos, a porcelana de ossos é mais resistente e mais brilhante do que a porcelana comum e as variedades finas.
Fabricar a porcelana de ossos envolve uma série de etapas, desenvolvidas por profissionais especializados e máquinas sofisticadas. Quando se entra na fábrica da Lenox, fica-se impressionado com o tamanho do lugar: cerca de 14 mil m2. Embora a fábrica só produza porcelana de ossos, o processo mostrado aqui é basicamente o mesmo que os utilizados em outros produtos de porcelana.
Existem quatro processos principais para a fabricação da porcelana:
· produção da argila
· produção do molde
· vitrificação
· decoração
Todos esses processos dependem dos quatro elementos da natureza. Você verá nos próximos parágrafos que a terra (as matérias primas), o ar (existem mangueiras de ar por toda parte), o fogo (os fornos) e a água (usada durante todas as etapas de fabricação) são elementos necessários para produzir porcelana.
A Lenox fez a porcelana de cinco presidentes americanos:
· Woodrow Wilson
· Franklin Delano Roosevelt
· Harry Truman
· Ronald Reagan
· Bill Clinton
O processo de fabricação da argila começa no armazenamento das matérias-primas. Guindastes erguem sacos gigantescos de matéria-prima dos paletes localizados no chão da fábrica. Eles são levantados para uma plataforma e depois os sacos são colocados sobre enormes funis onde seu conteúdo será esvaziado.
Dos funis, a matéria-prima seca segue para um misturador de alta velocidade, onde os materiais são misturados com água para formar uma pasta. Essa pasta, armazenada em grandes tanques, irá mais tarde ser misturada para formar a mistura final e a barbotina.
Existem cinco componentes principais que fazem parte da mistura final:
· cinza de ossos
· caulim
· argila plástica para cerâmica branca
· silex
· feldspato
Estas matérias-primas são produtos nacionais e importados. O feldspato usado nessa fábrica vem da Carolina do Norte, enquanto a cinza de ossos vem da Holanda e da Inglaterra.
A Lenox fabrica duas cores de porcelana de ossos. A venda de produtos de porcelana branca compõe 80% das vendas totais e a porcelana na cor marfim compõe os outros 20%.
Embora certos aditivos ou pigmentos sejam necessários para obter a cor marfim no produto final, no estado pastoso, as duas argilas têm uma cor cinza claro. Para diferenciar a mistura final das cores marfim e branca, tintura vegetal verde é adicionada à mistura de cor marfim. A tintura vegetal irá eventualmente queimar no forno. Se a tintura não for adicionada, não existe maneira de distinguir uma argila da outra. Isto também ajuda a evitar a mistura das duas argilas.
Durante o estágio argiloso, antes da vitrificação, todo resíduo de argila que não foi contaminado por detritos pode ser reaproveitado. Na realidade, todo o produto final na fábrica é feito de 80% de argila virgem e 20% de argila reaproveitada (sucata).
Depois de a mistura final ter sido preparada, ela é bombeada para um filtro prensa para remover o ar e a água da mistura. Com isso, o nível de humidade é reduzido para cerca de 20%. A mistura final que sobra em estado líquido é chamado de barbotina (falaremos sobre a barbotina mais à frente neste artigo).
As placas de argila formadas no filtro prensa são passadas através de uma extrusora para remover mais ar e transformar as placas achatadas em tubos. Estes tubos são chamados de argamassa. Com a aparência de um imenso pedaço de giz, cada argamassa pesa pouco mais de 13,6 kg.
Um braço robótico chamado de empilhador de argamassa pega a argamassa e a empilha em pirâmides sobre paletes cobertos com plástico. Esse plástico parece com filmes plásticos usados em cozinhas e são super aderentes. Rolos de cobertura de plástico ficam fixados nas paredes para serem cortados e cobrirem as pirâmides de argamassa. O plástico é dobrado de uma maneira que envolva toda pilha de argamassa formando uma tenda protectora para manter o nível de humidade.
Algumas pilhas de argamassa são marcadas somente para fabricação de chavenas. O nível de humidade dessa argamassa é de cerca de 15%.
Cada molde de gesso para a produção de pratos é usado cerca de cem vezes, enquanto os moldes para as travessas, baixelas e itens mais complexos podem ser usados somente de 10 a 15 vezes.
Se você está imaginando porque não se usam moldes de metal, a razão é que o gesso ajuda a retirar a humidade da argila, coisa que o metal não consegue fazer.
Os moldes são usados para transformar a argamassa e a barbotina em pratos, chavenas, tigelas, jarras e outros utensílios de porcelana.
O processo de produção de moldes é uma parte fundamental na fabricação da porcelana.
Grandes moldes mestres de metal e gesso são usados para a produção de moldes. Para a fabricação de pratos, os moldes mestres de metal parecem duas calotes de carro que formam um sanduíche.
Para fazer um molde de produção, grandes sacos de gesso são misturados com água e canalizados para dentro de um grande balde móvel. Enquanto isso, os moldes mestres de metal são preparados com a pulverização de uma mistura saponária na parte interna. Este resíduo ajudará mais tarde na liberação do molde de produção. Os moldes de metal são alinhados uns atrás dos outros em três filas de mesas. Cada molde repousa em cima de um objecto que parece um prato giratório de madeira.
O balde móvel é usado para preencher os moldes de metal com gesso cremoso e espesso. É preciso duas pessoas para se fazer isso. Uma pessoa derrama o material enquanto a outra gira o molde de metal para ter certeza de que o gesso será distribuído igualmente.
Leva aproximadamente 20 minutos para o gesso secar. Um martelo de borracha é usado para soltar o molde de produção com leves batidas em torno do metal. O molde é liberado quando as duas metades são separadas.
Mangueiras de ar são usadas para retirar pedacinhos de gesso que sobraram no molde de metal e para limpar os moldes de gesso, removendo qualquer excesso de partículas. Numa mesa ao lado, um funcionário inspecciona cada molde e o carimba com a data do dia, ajudando a controlar o número de vezes que ele é usado.
Cerca de 300 moldes são feitos na Lenox todos os dias. Esses moldes podem ser usados das seguintes maneiras: com a argamassa de argila ou com a barbotina.

21 outubro, 2007

Quando a Obra... Realiza !



Na aula de Sábado, a Alice deu por terminada a sua obra.
O seu prato de cavalos, tem muitas horas de trabalho e uns quantos obstáculos superados,
por exemplo: como pintar em porcelana o efeito da espuma da água do mar ou o brilho azul do cavalo negro... mas afinal,
o que nos dá muito prazer é chegar ao fim e poder dizer ... Consegui !
Parabéns Alice, ficou espectacular e vai direitinho para a nossa galeria virtual, com todos os direitos de autor acautelados!

De Passagem pelo Canadá



As férias acabaram inevitavelmente mas que importa, se me revitalizei nas incontáveis belezas registadas pela objectiva dos meus olhos ?
Gravei-as todas na minha alma e algumas delas, no cartão de memória da minha máquina fotográfica.

Foi assim que num dos cinco dias em Toronto, quando visitava um dos museus que havia seleccionado, o Gardiner Museum (com porcelanas de todos os tempos), deparei com a exposição de Gertraud Mohwald.
De nacionalidade alemã, passou a sua juventude em Dresden e foi um dos mais importantes ceramistas do pós-guerra.
Observei demoradamente as suas esculturas, feitas de pedaços de sanitas, bacias e pratos de porcelana, sustentadas por barro branco, vermelho e terra, misturados com óxidos e pedaços de arame. Como se de um puzzle se tratasse, duma tira de porcelana fazia nascer um nariz e de um semicírculo de um prato, umas sobrancelhas.
Era como se estivesse a tentar dar vida aos destroços de guerra espalhados inertes pelo chão. Não sei se foi esse o seu pensamento criativo mas uma coisa é certa... apesar de já não estar entre nós, a sua obra torna-o bem vivo em todo o mundo.

19 outubro, 2007

300 Anos de Dresden e a Porcelana

Há 300 anos, o príncipe saxónico Augusto, o Forte, sonhava, como muitos outros soberanos, com tesouros imensos, diamantes, brilhantes, prata e ouro. Mas o ouro de Augusto era branco, delicado, quase transparente e pintado com finíssimas decorações.
Vinha do Japão ou da China, o que na altura era chamado "indiano" e quase impagável devido à produção complicada e aos longos caminhos de transporte. Augusto estava obstinado pela porcelana. Ele encarregou o seu ourives, Johann Melchior Dinglinger, de criar "um bonito serviço de chá dourado, cravado de pedras preciosas" de tal forma que as chávenas douradas esmaltadas e pintadas parecessem porcelana.
O serviço criado em 1703 é hoje uma das peças mais esplendorosas do "Grüne Gewölbe", a colecção de jóias real. Dois anos antes, Augusto tinha mandado trazer de Wittenberg para Dresden o aprendiz de farmacêutico e alquimista, de 19 anos de idade, Johann Friedrich Böttger (1682-1719). Böttger, que prometia conseguir transformar metais comuns em ouro, era perseguido nomeadamente pelo rei prussiano. Augusto e os nobres saxónicos receberam o suposto alquimista na corte, que chegou mesmo a residir por algum tempo no palácio.
Todavia as suas tentativas falharam. Nem mesmo as jaculatórias comprovadas do soberano saxónico ajudaram a alcançar o êxito. O erudito saxónico, Ehrenfried Walter von Tschirnhaus, desviou, por isso, o ímpeto inventor de Böttger para o ouro branco. Ninguém devia ter conhecimento das experiências de Böttger e assim Augusto mandou levar o alquimista para a fortaleza segura de Königstein, durante a ocupação sueca em 1706. Em 22 de Setembro de 1707, Böttger começou o trabalho no "Jungfernbastei" (bastião da virgem), situado hoje por baixo de "Brühlschen Terrasse" (Terraço de Brühl). Os subterrâneos do forte de Dresden estão actualmente em parte abertos ao público.
As divisões propriamente ditas foram soterradas durante o bombardeamento do palácio Belvedere. No terraço, uma coluna sepulcral de porcelana lembra Böttger. Aqui na profundidade das instalações do forte, Augusto, o Forte, visitou o laboratório. Böttger apresentou a primeira fornada de amostras de porcelana branca bem sucedidas em 15 de Janeiro 1708. Ainda no mesmo ano, Böttger fundou a primeira fábrica saxónica de faiança, em Hauptstrasse, Dresden-Neustadt. Ali aperfeiçoou as suas tentativas e em 1709 apresentou oficialmente a sua invenção: "Há três coisas que despertam especialmente a cobiça do ser humano e o fazem desejar possuir isto ou aquilo, o qual doutra forma poderia ser dispensado" explicou Böttger a Augusto e aos ministros saxónicos: " a primeira é a beleza, a segunda a raridade e a terceira a utilidade relacionada com ambas. Estas três qualidades tornam o objecto agradável, precioso e necessário".
E orgulhoso Böttger acrescentou: "Os recipientes aqui apresentados possuem todas estas três qualidades." No dia 23 de Janeiro de 1710, Augusto, o Forte, participou ao mundo em quatro línguas, alemão, francês, holandês e italiano que tinha fundado em Dresden uma manufactura de porcelana. Mas como é que Augusto iria conseguir proteger o segredo da espionagem económica, já muito praticada na altura? Era preciso encontrar um lugar, suficientemente grande para abarcar com a manufactura e as casas dos futuros empregados e onde fosse possível ter a certeza de que ninguém entrava ou saía sem autorização. Este lugar foi encontrado ainda no mesmo ano de 1710, no Albrechtsburg (Castelo de Albrecht), nos arredores de Dresden, na localidade de Meißen.
Assim a porcelana de Meissen é devidamente intitulada a "primeira porcelana da Europa". O monopólio não se aguentou, todavia, por muito tempo: antigos empregados transformaram os seus conhecimentos em dinheiro. E rapidamente brotaram manufacturas de porcelana por toda Europa, como cogumelos da terra: em 1718 em Viena, em 1726 na Suécia... A Manufactura de Porcelana de Meissen fica actualmente perto do Albrechtsburg, no vale de Triebisch, com as duas fábricas, onde o processo de fabrico pode ser apreciado, a sala de exposições e a loja de vendas da fábrica. Ela é hoje um dos destinos mais apreciados pelos visitantes de Dresden.
As primeiras peças estavam perfeitamente dedicadas aos seus modelos asiáticos. Muitos escultores de Dresden tentaram trabalhar o novo material. Johann Joachim Kaendler (1706-1775) desenvolveu novas formas, Johann Gregorius Höroldt (1696-1775) tornou-se no pintor de porcelana mais importante da Europa. Já em 1710, a porcelana branca era vendida na feira industrial de Leipzig. E que aplicação deu Augusto às receitas das vendas? É óbvio que comprou mais porcelana. Em 1717, o soberano saxónico decidiu transformar o actual "Japanische Palais" (Palácio Japonês) num palácio para porcelana. O dinheiro para este projecto gigante era escasso. Augusto vendeu até mesmo 600 dos seus melhores soldados ao seu concorrente prussiano, Friedrich Wilhelm I, que a partir destes formou o seu famoso Regimento do Dragão.
Em contrapartida, o soberano saxónico recebeu 151 peças de porcelana da Ásia oriental. As peças maiores, fabricadas entre 1662 e 1722 na China, adornam hoje, com o título de "Dragonervasen" (Jarras do Dragão), a "Dresdner Porzellansammlung" (Colecção de Porcelana de Dresden). Quando Augusto, o Forte, faleceu em 1733, devia à Manufactura de Porcelana de Meissen 47.926 táler. O projecto do palácio de porcelana ficou por acabar. Resta-nos o Japanische Palais com seu telhado arqueado e o fabuloso frontão em relevo, intitulado "Os países produtores de porcelana oferecem os seus tesouros à Saxónia", bem como cerca de 20.000 peças de porcelana que estão expostas no Zwinger, em Dresden, desde 1962. A Porzellansammlung é hoje o maior museu desde tipo do mundo.
Das 20.000 peças inventariadas, estão em exposição actualmente 2000. Em 2006, a Porzellansammlung foi aumentada, passando a ter uma sala de exposições dedicada a Ásia oriental, que foi concebida pelo designer nova-iorquino, Peter Marino. O conde Brühl que tanto percebia de arte como tinha sentido para o negócio, não só chegou a Primeiro-ministro, depois da morte de Augusto, o Forte, como também a director da Manufactura de Porcelana de Meissen. Em 1736, mandou fazer a Kändler amostras de pratos para um serviço de jantar. Brühl escolheu a forma, "que tinha a configuração de uma concha com 2 cisnes, outros dois pássaros marítimos e canas, gravados levemente".