06 setembro, 2010

A Poesia das Moléculas

" Watson e Crick, quando imaginavam a arquitectura do ADN, foram guiados também por princípios estéticos. Como se uma voz lhes murmurasse: “A dupla hélice está certa porque é bonita.” Sei que estou simplificando. Mas as moléculas sabem mais de poesia do que nós podemos imaginar. E as conchas fósseis que há 1200 anos comoveram o chinês Zhu Xi eram ciência escrita em versos.


 Trabalho de Fernanda Amândio -Jarra (lado A) - 33 x 21 cm


O poeta apenas reconheceu o casamento entre beleza e verdade. Afinal, a ciência e a arte são como margens de um mesmo rio.
 A Biologia não é diurna nem nocturna se não se assumir como autora de uma espantosa narração que é o relato da Evolução da Vida.
Podem ter a certeza de que a História da Evolução é tão extraordinária que só pode ser escrita juntando o rigor da Ciência ao fulgor da arte.  

Jarra (lado B) - 33 x 21 cm

A fechar, quero dizer o seguinte: poesia e ciência são entidades que não se podem confundir, mas podem e devem deitar-se na mesma cama. E quando o fizerem espero bem que dispam as velhas camisas de dormir.

Autor do Texto: Mia Couto  in InterInvenções

2 comentários:

Nônô disse...

Está um trabalho diferente e muito bem conseguido!...
A minha preferência vai para o lado B,... O peixe e o trabalho no fundo estão lindos!
Os meus parabéns!!!!!
Bjs

Noemia Travassos disse...

Sempre presente Nônô!
O nosso obrigada e desejamos que a Exposição do Algarve em Outubro próximo seja um grande sucesso!