22 janeiro, 2009

A ti, Mãe Negra qualquer ...

" Teu rosto retrata a alma sofrida, p´los filhos que deste à vida
vencida à custa do sangue e suor
derramado no pó da estrada da vida, amassado…
Curvada ao peso de imagens roubadas aos teus olhos secos,
de lágrimas choradas,
no silêncio da angústia que te amordaça,
um grito sem voz, um eco que passa ….

A ti, Mãe Branca qualquer…

Alma amarfanhada pelo sofrimento,
olhos baços e loucos de tal tormento
ao veres partir teu filho para uma guerra que dizem ser
p´ra defender sua terra…

Curvada ao peso de lágrimas vazias, de angústias resignadas,
de utopias,
tua vista cansada de dor incontida
contempla um futuro de vida sem vida ….

Trabalho de Noémia Travassos

A ti, Pai qualquer de qualquer cor …

Lágrimas contidas em punhos cerrados, de olhos febris e corações fechados,
Escondendo a dor nas gargantas secas, orgulho esvaído por ruas desertas ….
Caminhos da vida no rosto sulcados, por ruínas de fé e de amor sepultados
Em auroras longínquas de liberdade, esperanças perdidas de paz e verdade…

A todos vós, Mães e Pais de qualquer cor,
que caminharam sós pelo deserto da vida
Separados por dunas de pranto e de dor
e repousam agora em cova esquecida… "



Poema da autoria de: Sílvio Batista (África do Sul)

1 comentário:

João disse...

Olá, a poesia vai sobretudo nas letras da tua
cor
No teu olhar profundo no traço da tua vida