Dando substância à reflexão de Fernando Pessoa no artigo anterior, estabelecer a ponte de entendimento entre a minha paisagem etérea e a sua materialização não foi tarefa fácil.
Neste caso e como em tantas outras vezes, cheguei ao fim do trabalho com o sentimento de que agora é que estaria verdadeira pronta para o reiniciar.
Criei-o para participar na Convenção Internacional de Pintura em Porcelana do México, em Merida que será inaugurada no próximo dia 03-Março.
É também a minha forma de prestar homenagem aos ancestrais povos Ayamara e Quechua dos Andes da América Central e do Sul. Em seu entendimento, a Pachamama é muito mais que a Mãe Terra, a protectora, a promotora da abundância e da fecundidade ou o planeta físico em si. É antes uma divindade, entendida num “todo” espiritual e integrada no espaço cósmico - a “Tierra Madre” quântica.
A facilidade ou dificuldade desta criação, aparte a capacidade técnica para a realizar, reside na eleição dos elementos capazes de plasmarem o espírito dessa crença. Se foram os certos ou não... só vós, os que a vão apreciar me poderão dar esse “feed-back”.
Para facilitar a percepção da minha composição artística, faço-vos uma breve síntese do conteúdo dos elementos presentes:
1 - O homem e a mulher, numa posição de yoga, representam a união e o amor universal. Essas qualidades sustentam e alumiam a raça futura representada por um bebé especial (com uma proporção ligeiramente ampliada em relação aos pais).
2 - Os olhos de felino espelhando continentes, representam o reino animal.
3 - Ao centro, uma cascata de energia desce do cosmos e funde-se numa queda de água (segundo os Quechua, as nascentes, as cascatas e os altos picos das montanhas eram os vórtices energéticos da Pachamama).
4 - A cruz celta representa as crenças religiosas e as abóbadas celestes, a espiritualidade.
5 - E por último, uma árvore, a Oliveira, em representação do tempo, da transmutação do pequeno e amargo fruto em algo de valor acrescentado, representando simbolicamente o mecanismo da evolução.
2 - Os olhos de felino espelhando continentes, representam o reino animal.
3 - Ao centro, uma cascata de energia desce do cosmos e funde-se numa queda de água (segundo os Quechua, as nascentes, as cascatas e os altos picos das montanhas eram os vórtices energéticos da Pachamama).
4 - A cruz celta representa as crenças religiosas e as abóbadas celestes, a espiritualidade.
5 - E por último, uma árvore, a Oliveira, em representação do tempo, da transmutação do pequeno e amargo fruto em algo de valor acrescentado, representando simbolicamente o mecanismo da evolução.